Os Queen Sea Big Shark (后海大鲨鱼) são uma banda originária de Pequim, composta pela vocalista, teclista e líder da banda Fu Han, pelo guitarrista Cao Pu, contando com Wang Jihan no baixo e Xiao Wu na bateria.
Criados em 2005, os Queen Sea Big Shark têm vindo a crescer bastante no circuito da música alternativa na China, sendo neste momento uma das bandas em maior destaque dentro desse meio na China. Com o nome inspirado num passeio que deram em 2005 pela zona de Houhai em Pequim, os Queen Sea Big Shark são uma das bandas mais audazes do panorama musical chinês deste novo século. Sem receio de alterarem completamente o seu som de álbum para álbum, os Queen Sea Big Shark planeiam cada álbum como um projeto muito próprio, procurando sempre explorar novas sonoridades em cada um deles.
A banda surgiu quando a vocalista Fu Han ficou inspirada para criar uma banda após um concerto dos P.K. 14, ligando a Cao Pu, que imediatamente concordou em avançar com o projeto, entrando depois os restantes membros da banda que já eram amigos de ambos.
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A formação profissional de cada um dos membros da banda é bastante diferente. A vocalista da banda é artista plástica e entre os restantes membros há um arquiteto, um engenheiro de som e um tradutor, que combinam o seu talento musical com o seu background profissional, tentando construir projetos originais que se destaquem do panorama mainstream da música pop chinesa.
A maior parte dos seus trabalhos são bilingues, utilizando tanto a língua chinesa como inglesa nas suas músicas. São uma banda que não fica presa às sonoridades dos seus instrumentos “principais”, estando constantemente à procura de novos sons em objetos comuns do dia-a-dia. As influências da banda variam bastante, passando por Yellow Magic Orchestra, John Zorn, Kraftwerk, Daft Punk, P.K. 14, Yeah Yeah Yeah’s (com os quais já fizeram uma tour nos USA, tendo Fu Han algumas parecenças visuais com Karen O), até aos The Beatles.
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A banda conta já com três álbuns lançados. O primeiro álbum data de 2007, intitulado “Queen Sea Big Shark”, tem um que som faz relembrar alguns trabalhos dos Yeah Yeah Yeah’s, passando pelo surf rock até ao punk, sendo sem dúvida o álbum mais “cru” da banda e um excelente cartão de apresentação da mesma.
Passados três anos, em 2010, a banda lançou “Wave”, onde recupera alguma da sonoridade punk do primeiro álbum, mas entrando também no terreno da música eletrónica, criando um som que faz em certos momentos lembrar Daft Punk, criando uma mistura de vários sons que nos trazem um álbum excelente.
Após o lançamento de alguns singles nos últimos anos, e uma espécie de hiatus por parte da banda, estes voltaram a lançar um novo álbum de originais em 2016, intitulado “Beijing Surfers’ Adventure”, num dos trabalhos mais ambiciosos até à data da banda. Recuperando as influências punk e eletrónicas que se destacaram nos dois álbuns anteriores, tomba agora um pouco para a música pop, criando o álbum mais maduro da banda, onde novamente há uma distância do som apresentando nos álbuns anteriores, em mais uma investida corajosa em explorar novos terrenos sem nunca perder a sua identidade original.
Infelizmente nunca tive oportunidade ver os Queen Sea Big Shark ao vivo, mas pelos relatos e imagens que tenho visto, os espectáculos ao vivo desta banda são autênticas instalações de arte, preparadas ao pormenor, onde os membros da banda se esforçam para criar um espectáculo inesquecível a todos os níveis para os que estão presentes a assistir.
Irreverentes e ousados, os Queen Sea Big Shark continuam a ser uma das melhores bandas saídas de Pequim neste novo século, já contando com dez anos de vida mas nunca parando de tentar desbravar novo território em cada um dos seus trabalhos.
Fonte das imagens: Google Images
O primeiro e terceiro álbum da banda podem ser encontrados no Spotify.