Five Fingers of Death (天下第一拳) é um filme de artes marciais de Hong Kong realizado por Jeong Chang-hwa e com Lo Lieh como protagonista.
Com mais de 200 filmes feitos dentro da mesma temática, algumas das obras do estúdio Shaw Brothers tornam-se por vezes repetitivas. No entanto, há algumas pérolas do estúdio que ajudaram a definir o género e se tornaram um marco no meio dos filmes de artes marciais. Five Fingers of Death é um desses filmes.
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O jovem Chi-Hao (Lo Lieh) estuda sob a tutela do mestre Sung (Ku Wen-Chung). Quando o mestre Sung é atacado e tem dificuldades em defender-se, este compreende que o jovem Chi-Hao necessita de estudar noutro local onde possa desenvolver ao máximo o seu “bom kung fu”. Chi-Hao fica reticente ao início, pois está apaixonado por Ying-Ying (Wang Ping), filha do seu mestre.
No entanto, o mestre Sung promete a Chi-Hao a mão da sua filha em casamento caso este se torne um mestre de kung fu. Para tal, terá de vencer o torneio para decidir quem é o novo líder do comité de escolas de artes marciais (porque obviamente que uma decisão destas se toma a pôr todas as escolas à porrada umas com as outras).
Chi-Hao acaba então por ir treinar para a escola do mestre Shen Chin-Pei (Fang Mian), sendo frequentemente atormentado pelos membros da escola rival do mestre Dung-Shun (Tien Feng), o vilão do filme que ambiciona tornar-se o líder das escolas de artes marciais.
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Comparativamente aos primeiros filmes do estúdio Shaw Brothers, que se focavam mais em representar o máximo de tempo possível a beleza coreográfica do kung fu, Five Fingers of Death tem uma abordagem mais violenta ao género.
O filme conta com algumas cenas de mutilação que seriam chocantes se não fossem tão hilariantes e os personagens aparentam terem super poderes quando lutam.
Embora o enredo do filme seja um pouco previsível e comum, as várias reviravoltas que vão acontecendo ao longo da história e a variedade de personagens apresentados ajudam a que este não se torne enfadonho.
O número de cenas de luta deste filme é bastante elevado, com praticamente a acontecerem a cada cinco minutos e normalmente entre personagens diferentes. A este nível, Five Fingers of Death não se deixa só levar pelo exagero, mas insiste nele, com cabeças a rolarem, membros a voarem e pessoas a serem socadas com tanta força que até atravessam paredes de tijolo.
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Five Fingers of Death é pura diversão. É um acumulado de cenas de acção onde o enredo sabe ficar em segundo lugar e onde o que realmente interessa é colocar os personagens no maior número de lutas com um elevado nível de surrealismo.
Convém destacar que neste mundo as pessoas têm a força de um elefante, a agilidade de um macaco e os vilões não tentam sequer ter o mínimo pingo de honra, usando e abusando das tácticas mais sujas para vencer.
Em Five Fingers of Death vale tudo. Embora haja obras deste estúdio que eu goste mais, é facilmente compreensível o “hype” gerado à volta deste filme, pois é uma experiência de puro entretenimento durante as suas quase duas horas. Bom kung fu.