Hi, Mom (你好,李焕英) é um filme de 2021 realizado e protagonizado por Jia Ling (贾玲), com Shen Teng, Chen He e Zhang Xiaofei no elenco.
As comédias mainstream chinesas normalmente usam e abusam dos mesmos clichés, contendo bastantes piadas que não primam propriamente pelo requinte. Hi, Mom (你好,李焕英), a estreia na realização de Jia Ling (贾玲), mesmo sendo um filme bastante comercial, afasta-se um pouco da norma do género na China, revelando-se uma obra bastante enternecedora.
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Jia Xiaoling é uma filha desnaturada que só dá problemas à sua mãe, Li Huanying. Com pouca aptidão para a escola, vê-se a si própria como uma desilusão aos olhos da pessoa que esteve sempre ao seu lado. Quando a mãe é hospitalizada após sofrerem um acidente, Jia Xiaoling magicamente volta até ao tempo em que a sua mãe era jovem com o objectivo de mudar o futuro desta, mesmo que isso signifique que nunca nasça.
Situando a maior parte da acção do filme num local pouco visto neste género de comédias, uma comuna de trabalhadores de uma fábrica da China no início dos anos 80. O filme explora de forma cómica algumas das características da época, como a economia planeada ou as variadas actividades realizadas nestes locais.
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O filme tem também grande foco nas relações românticas entre os trabalhadores, andando grande parte do enredo do filme à volta da vontade de Jia Xiaoling em juntar a sua mãe ao filho do gerente da fábrica.
O filme não é só comédia romântica, chegando até a troçar com alguns dos líderes locais, as cunhas que algumas das pessoas mais próximas destes recebiam e como o comum dos trabalhadores geria a relação com estas pessoas.
Apesar de ser cómico durante a maior parte da sua duração, em certa parte do filme há uma reviravolta bastante emotiva que apanha o espectador de certa forma desprevenido, e que no meu caso pessoal foi de tal forma surpreendente que acabei por me emocionar.
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Baseado na vida da sua realizadora, o conteúdo mais emotivo deste filme eleva-o a outro patamar. Ao contrário de grande parte das comédias da actualidade, que só se focam na estupidez e em piadas fáceis e datadas, este filme consegue conjugar muito bem um nível de humor que foge ao básico com uma parte mais dramática em que o espectador fica realmente investido.
“Hi, Mom” é também um dos casos mais curiosos do cinema chinês contemporâneo. Numa altura em que as salas de cinema começam a reganhar espectadores, “Hi, Mom” conseguiu tornar-se o segundo filme mais visto de sempre na China.
Não sendo propriamente o filme mais publicitado quando saiu, tornou-se um fenómeno de bilheteira devido a um feedback muito positivo por parte dos espectadores. Tornou-se mesmo no maior sucesso de bilheteira de sempre de uma realizadora a nível mundial (e logo no seu filme de estreia).